Das justificativas que as fizeram sair de seus países de origem, as mulheres mencionaram fatores econômicos, conflitos familiares, questões de saúde, acompanhar familiares e perseguição política, como relatou a única refugiada do grupo, que demonstrou ser a mais politizada e consciente de seus direitos:
“Eu saí por causa da perseguição política. Eu tive que sair junto com a minha filha mais velha […] teve um conflito interno… Foi um monte de coisa, então cada um tentou se proteger, né? […] … não, na perseguição ninguém fica de boa, quando é perseguição ninguém fica em casa assistindo televisão, tem que fugir. […] essa história, quando eu repito, me deixa emocionada, porque são coisas que mexem demais na minha emoção, por isso não gosto muito de falar […]”
Segundo a pesquisadora, embora a amostra tenha sido limitada por abranger apenas duas instituições e por ter sido feita durante a pandemia do coronavírus, o estudo contribui para compreensão de como as vulnerabilidades sociais, relacionada ao gênero, raça, condições socioeconômicas e de todos os outros determinantes sociais da saúde refletem e geram riscos de comprometimento da saúde mental de mulheres imigrantes e refugiadas na cidade de São Paulo, conclui.
Mais informações: Luana Carvalho de Oliveira, e-mail [email protected], e Regina Célia Fiorati, e-mail [email protected]