Moody’s: México e Brasil promovem ‘pouso suave’ da economia latino-americana

Moody’s: México e Brasil promovem ‘pouso suave’ da economia latino-americana

Embora a América Latina esteja entrando em seu segundo ano de desaceleração econômica, com alguma potencial turbulência no horizonte, a Moody’s Analytics espera que a região consiga evitar uma aterrissagem forçada, permanecendo em terreno positivo, impulsionada por México e Brasil.

O anúncio foi feito pela agência num relatório do economista Alfredo Coutiño, no qual se atribuiu a moderação econômica regional ao abrandamento da economia mundial e ao enfraquecimento da demanda interna provocado pelo ajustamento da política econômica.

As estimativas da Moody’s indicam que a economia da região registrará crescimento de 1,6% no ano, após avanço de 3,7% em 2022.

“Os dois grandes motores que possibilitarão um pouso suave são Brasil e México com crescimento de pelo menos 2%, seguidos por Uruguai e Colômbia com avanços entre 1,5% e 2%. O Chile voltará a crescer, embora bem menos de 1% e, no final, a Argentina com crescimento anual negativo”, disse a empresa em seu relatório.

A Moody’s lembrou que “a economia latino-americana surpreendeu no início do ano, ao registrar uma retomada quase generalizada do crescimento, sobretudo impulsionada pelas duas grandes locomotivas – Brasil e México – que representam 60% da produção da região”.

Apesar da moderação da demanda externa do mercado norte-americano, a agência destacou que a região se beneficiou da reabertura da economia chinesa no primeiro trimestre.

“Assim, enquanto os países da América do Sul se beneficiam do mercado chinês, o México e a América Central avançam com o mercado dos EUA e com o impulso do mercado doméstico”, acrescentou Coutiño.

A reconstituição de algumas cadeias produtivas em nível global e a realocação de algumas fontes de produção impulsionaram as exportações primárias de países como Brasil e Chile. Da mesma forma, estimulou a vinda de investimentos para o setor manufatureiro, como o mexicano, dada a necessidade de garantir o abastecimento de insumos ao mercado norte-americano por meio da relocalização de fábricas.

NUVENS CINZENTAS

A Moody’s destacou que o bom início de ano econômico ajuda a amortecer a desaceleração do crescimento na região em 2023.

No entanto, ela alertou que “sinais recentes de moderação em algumas economias globais, incluindo EUA e China, permitem afirmar que a América Latina está de fato caminhando para seu segundo ano de desaceleração econômica”.

O principal risco, portanto, continua sendo um revés na economia global, que inclui uma recessão tanto nos EUA quanto na Europa, as quais, juntas, arrastariam para baixo toda a economia latino-americana.

“Isto pode ser complicado por uma escalada de conflitos geopolíticos que mais uma vez desestabilizam a produção global e as cadeias de suprimentos, ou por um ressurgimento mais profundo da crise bancária nos EUA, o que se tornaria um risco sistêmico para o sistema bancário global”, concluiu o relatório.

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