Normalmente associadas com investimentos, as tecnologias por trás de criptomoedas, como blockchain, estão começando a ser utilizadas de maneiras além do mercado especulativo. A fundação norte-americana Celo desenvolve plataformas cripto para um projeto de inclusão financeira em comunidades carentes.
Desde seu lançamento em 2017 e com atuação focada em países emergentes, em que o número de pessoas desbancarizadas é alto, a Celo vem contando com apoio de personalidades como o fundador do Twitter, Jack Dorsey.
Os projetos da Celo tem como foco a simplicidade de utilização, como exemplificado pelo ImpactMarket, ferramenta que utiliza a tecnologia USSD (dados de serviço suplementares não estruturados, na sigla em inglês) para permitir que pessoas que estejam em situação de vulnerabilidade social possam acessar um fundo que disponibiliza uma renda básica universal em cUSD, ou, no Brasil, o cReal, criptomoeda baseada no Real e lançada em janeiro, que permitiu a expansão de recursos disponíveis para os usuários da iniciativa.
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O ImpactMarket, para ser acessado, só necessita de um celular com compatibilidade 2G e SMS, o que permite a interação com um menu da ferramenta em que boa parte das funcionalidades estão disponíveis — ou pelo menos as básicas, já que outras podem depender de um aplicativo próprio, lançado a depender da estratégia da fundação naquela região específica.
Além disso, no ImpactMarket, a partir do acesso a esses fundos, o usuário pode pagar por bens e serviços básicos diretamente, permitindo assim uma facilitação e um processo simples de assistência social.
Utilizando a blockchain como elemento transformador em comunidades
O histórico global do ImpactMarket. (Imagem: Reprodução/ImpactMarket)
O ImpactMarket chegou ao Brasil em setembro de 2020, atuando em cerca de 70 comunidades carentes. Além da nação sul-americana, ele também está disponível em 23 outros países e em campos de refugiados na África e no Oriente Médio.
A atuação da iniciativa, toda baseada em blockchain, se torna vantajosa por vários motivos, mas para Camila Rioja, diretora da Celo na América Latina, em comentários em matéria do portal Forbes, as principais são a velocidade de realização de transações, o baixo custo delas e, por fim, a transparência dos processos.
A transparência, em específico, se torna ainda mais importante no contexto de projetos sociais, já que mostra que as comunidades realmente estão recebendo os apoios prometidos pela plataforma. Todo o histórico pode ser acessado no site da Celo.
Por fim, ainda no tópico de apoio social, Rioja também afirma que a autonomia do blockchain é importante, com pessoas em comunidades podendo decidir sozinhas a melhor formar de realizar transações naquele ambiente, reduzindo as interferências e a própria dependência de suas economias em relação às instituições financeiras tradicionais.
Fonte: Forbes