Equador fará censo penitenciário após onda de rebeliões – Notícias

Equador fará censo penitenciário após onda de rebeliões – Notícias

A partir da próxima semana, o Equador realizará um censo penitenciário, depois da onda de enfrentamentos violentos nas prisões que, desde o ano passado, deixou cerca de 400 detentos mortos, informou nesta sexta-feira (19) o órgão que administra os centros de detenção do país.

A “fase de execução” do censo será realizada a partir de segunda-feira “nos 36 Centros de Privação de Liberdade em escala nacional”, indicou o Serviço Nacional de Atenção Integral a Pessoas Privadas de Liberdade (SNAI) em comunicado.

O registro permitirá atualizar a informação sobre os detentos para “melhorar suas condições de habitabilidade e para uma melhor administração” dos centros de reclusão.

Segundo estimativas oficiais, as prisões superlotadas do país abrigam cerca de 35.000 pessoas.

Desde fevereiro de 2021, houve sete rebeliões nas prisões do Equador, que estão entre as piores da América Latina.

Um comitê de pacificação criado pelo presidente Guillermo Lasso assinalou, em um relatório publicado em abril, que as prisões equatorianas “são depósitos de seres humanos e centros de tortura”.

O SNAI assinalou que “é fundamental” contar com informação estatística sobre as penitenciárias para “a criação de políticas públicas e a execução de estratégias que gerem melhores e maiores oportunidades para a reabilitação e a reinserção social” dos presos.

O governo atribui os massacres ocorridos nessas rebeliões, com corpos esquartejados e carbonizados, à disputa entre gangues ligadas ao narcotráfico, que buscam o controle de territórios para a venda de drogas dentro e fora das prisões.

Situado entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores de cocaína do mundo, o Equador enfrenta um aumento do tráfico de drogas e da criminalidade.

Em 2021, o país de 18 milhões de habitantes apreendeu um recorde de 210 toneladas de cocaína. Além disso, a taxa de homicídios quase dobrou nesse mesmo ano, com 14 assassinatos para cada 100.000 pessoas.

pld/ad/rpr/mvv

© Agence France-Presse

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