São Paulo – A explosão de um carro-bomba em um edifício sede de entidades populares na cidade de Saravena, em Arauca, na Colômbia, deixou pelo menos uma pessoa morta e outras nove feridas. O atentado aconteceu na quarta-feira (19). No local funcionava uma escola de Direitos Humanos bastante criticada pelo governo do presidente Iván Duque. Os terroristas fugiram ao serem flagrados disparando contra os que estavam no local, informa a reportagem de Leonardo Wexell Severo, do Diálogos do Sul.
Sindicatos denunciam violência do governo colombiano contra trabalhadores
A Colômbia se prepara para um ano eleitoral tenso para América do Sul. Além da posse do governo de esquerda no Chile, em 11 de marco, o mundo observa com atenção as perspectivas de retomada progressista em importantes nações do continente. Ainda em março, no dia 13, ocorrem as eleições legislativa na Colômbia. Em seguida, em 29 de maio, os colombianos vão escolher o novo presidente do país tradicionalmente aliado dos Estados Unidos.
Mas, pela primeira vez em décadas, os favoritos são candidatos de partidos e coalizações de centro-esquerda. O senador Gustavo Petro, do Colômbia Humana, lidera as intenções de votos. E já recebeu apoio dos ex-presidentes do Brasil Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva.
O próprio Lula lidera corrida presidencial na outra eleição crucial para a renovação da América Latina na geopolítica global. O ex-presidente desponta como favorito até o momento – inclusive com chance de vencer em primeiro turno, marcado para 2 de outubro. Além disso, seu partido, o PT, vem recuperando fôlego e liderando as preferências, depois e quase uma década de intenso bombardeio midiático e judicial.
Perseguição a líderes populares
“É importante frisar que este atentado terrorista, contra a sede da Central Unitária de Trabalhadores (CUT) e dos movimentos sociais, ocorreu apenas um dia após o partido do governo ter pedido a cassação da personalidade jurídica da Federação Colombiana de Trabalhadores da Educação (Fecode)”, denunciou o presidente da central, Francisco Maltés. “E em meio a uma campanha violentíssima de ameaças e perseguições contra lideranças populares.”
Também coordenador do Comitê Nacional de Paralisação (CNP), Maltés assinalou que são inaceitáveis tão sangrentos atropelos. Segundo, ele. o único objetivo é asfixiar o processo democrático e impor um regime ditatorial. Assim, o dirigente recordou ter arrancado recentemente várias conquistas. Dentre elas, uma política de ganho real para o salário mínimo, utilizando pressão e negociação como duas faces de uma mesma moeda.
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